quinta-feira, 28 de março de 2013

Almost Famous Part 3 - The Hammer of the Gods

"I am a golden God" (Quote from Almost Famous)

A frase acima teria sido dita por Robert Plant em algum momento megalomaníaco de fama, e aparece num dado momento do filme. Pode parecer piração demais, mas estamos falando da maior banda de todos os tempos: Led Zeppelin.


Pode discordar de mim, resolva-se
com o Peter Grant aí. Cara sussa.

Eu dou essas declarações polêmicas porque não é segredo que sou fã pra caralho do Led. Tenho uma prateleira em casa só deles, tattoo e etc. Acho que botavam os Beatles no bolso, os Stones no chinelo. E antes que isso gere rage, deixo claro: não estou desprezando nenhuma banda, apenas sempre tive uma conexão muito foda com a música deles. Muita gente conhece os hits: Stairway to Heaven, Black Dog, Rock 'n Roll, Kashmir, Moby Dick, All My Love e tantos outros, mas quando você tem uma percepção sobre a história e obra completa da banda, consegue uma compreensão muito além do que essas pequenas amostras de genialidade transmitem.


Cada um desses símbolos foi adotado por um integrante no quarto álbum da banda. Tem toda a história de ocultismo que não vamos discutir aqui. O fato é que eles representam, respectiamente, Jimmy Page, John  Paul Jones, John Bonham e Robert Plant. Quatro músicos excepcionais, que conseguiram reunir uma química espetacular nas composições. O que me admira mais é que, para mim, eles têm uma dosagem perfeita de tudo: peso, ritmo, composição, estilo e atitude no palco. Se você só conhece os hits, faça o exercício de escutar pelo menos os 5 primeiros álbuns inteiros, que vai entender o conceito que havia em torno do trabalho todo: não eram apenas músicas aleatoriamente reunidas em um disco. Era uma verdadeira obra de arte.




Isso era uma apresentação ao vivo. O velho Bonzo era um monstro. Tocava alto, usava as mãos sem baqueta, pirava na bateria e não tinha frescura de bumbo duplo. Tudo no muque. Mas não to aqui pra contar a história inteira. Os biógrafos fazem isso melhor, vocês têm é que conhecer o poder da banda. E nada melhor do que eles velhinhos, tocando com o Jason Bonham (filho do John) pra mostrar como conseguem ser eternos e lendários mesmo tanto tempo depois.



Sério, eu poderia ficar babando ovo deles até amanhã, mas acho que já falei demais. Então vou deixar um show pra vocês terem noção, e não se esqueçam de escutar os álbuns inteiros, coisa perdida na geração iTunes.


Espero que passem a apreciar a banda depois disso. Tem um feriado inteiro para desbravar o maravilhoso universo da banda, enjoy!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Progressivo caipira



Em uma das bandas que toco, o outro guitarrista é um grande fã de rock progressivo. Eu sempre fui fã de southern rock, classic rock e principalmente blues.

Um dia, estávamos conversando sobre bandas e começamos a falar sobre o Kansas.

Chegamos à conclusão de que o Kansas é o "elo perdido" entre os estilos que nos influenciam como guitarristas.

Quando ouço a banda, penso naqueles bares na beira de estrada de séries e filmes americanos. Esfumaçados, com mesa de sinuca e motos Harley Davidson estacionadas.

Claro, as viagens do progressivo também estão presentes. Seja nos compassos, nas letras, temas e melodias.

A banda se formou na década de 70, em Topeka, Kansas, e ficou mais conhecida por um hit: Dust in the wind. Linda, regravada por uma porrada de gente, tocada em bares com "voz e violão" e churrascos.

Ainda bem que surgiu Supernatural, que popularizou também um som do Kansas que é sensacional: Carry on my wayward son.

Don't you cry no more!


Um show completo.


Saving people, hunting things. The family business.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Giant Trip

Música é estado de espírito. Você sempre encontra algum estilo ou banda que corresponde ao que está sentindo no momento.

Todos temos nossos favoritos. Mas mesmo eles, não são ouvidos o tempo todo.

Rock progressivo não é dos meus estilos prediletos, mas eu curto essa viagem musical de vez em quando.

É nesses momentos que procuro o Gentle Giant.

Compassos malucos, melodias complexas, harmonias dissonantes, contrapontos, álbuns conceituais, instrumentos não-convencionais e letras com mensagens filosóficas. Eles mesmo chamam seu estilo de "Baroque & Roll".

A banda surgiu na década de 1970, na Inglaterra, com um rock pesado, quebrado e sonoridade erudita.

O Gentle Giant é uma orquestra de filósofos e excelentes multi-instrumentistas. Tudo depende da mensagem que eles querem passar.

É até difícil de explicar. Tem que ouvir para entender e sentir o clima diferente das músicas.

Abaixo, o primeiro som que ouvi deles: Free hand.


Um show completo, de 1978.


Boa viagem!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Almost Famous Part 2 - Brothers

I'm back. E com mais uma banda do sul dos EUA, dando continuidade ao post sobre as bandas que influenciaram o filme Almost Famous. Se você vive no planetinha chamado Terra e conhece alguém ligado em rock, já deve ter escutado o nome "Allman Brothers". E o nome da banda vem dos dois irmãos: Duane (que DIO o tenha) e Gregg Allman, que formaram um conjunto talentoso com mais quatro campeões aí que eu to com preguiça de escrever o nome.


Pelo menos coloquei uma foto, satisfeitos?

Daí que essa banda tocou muito, numa pegada rock/country/blues bem interessante. Até pensar em fazer esse post pouco deles conhecia, e cada vez mais viro fã da banda. E daí ainda descobri que uma banda pra qual pago muito pau, chamada Black Crowes, foi muito influenciada por eles (aliás, futuramente farei um post sobre Black Crowes, fiquem tranquilos). 

Mas chega de papinho e etc., porque é hora de mostrar o som dos caras. Vamos começar por um clássico instrumental:


Sentiu a pegada? Saca só o drama:


E um show completo:


Aguardem que eu voltarei para fechar a série Almost Famous com classe. Vem coisa grande por aí, kids...

Muita breja e blues nesse fim de semana!

quarta-feira, 20 de março de 2013

O peso do funk.

Dando continuidade ao assunto "peso fora do rock", há alguns meses, numa pesquisa sobre guitarra groove, encontrei este top 10 da Gibson.

Cada uma das bandas valeria um post aqui, mas hoje, escolhi o Parliament-Funkadelic.

Já tinha visto referências dos caras em vários lugares. Uma delas foi a presença do George Clinton na série How I met your mother.
Figuraça.

Lá pelos anos 60 e 70, com o Parliament-Funkadelic, George Clinton tocava uma variação do funk chamada P-funk. Dentre outras definições, Pure Funk ou ainda, Plainfield Funk.

Percebe-se influências do jazz, soul e até mesmo do rock.

Logo de cara, dá para sacar o diferencial no som dos caras. A meu ver, um som bem pesado, cheio de suingue e com elementos psicodélicos.

Fui atrás de mais informação e encontrei um álbum que, já na primeira audição, se tornou um dos meus favoritos: Mothership Connection. Um disco conceitual que marcou história.

O Parliament-Funkadelic estava mesmo destinado a me surpreender. No Youtube, encontrei uma apresentação de 1976 saída do mesmo disco.

Guitarras distorcidas, alto astral, groove e vocalistas inacreditáveis. Toda atmosfera de Mothership Connection está presente no show. Olhando o figurino, parece mesmo um monte de alienígenas tocando.

Ladies and gentlemen: Parliament-Funkadelic!


Veja também o show Mothership Connection, de 1976.


Gotta have that funk!

terça-feira, 19 de março de 2013

Almost Famous Part 1 - The Free Bird

"Rock stars have kidnapped my son!" (Quote from Almost Famous)

Resolvi começar o post com uma frase do filme. Obrigatório pra quem curte rock e quer viver toda a aura setentista que trouxe ótimos frutos. Trata-se da história de uma banda fictícia, acompanhada de perto por um menino de 16 anos que engana o editor da Rolling Stone e pega a estrada com a Stillwater, entrevistando-os para a revista. Repleto de loucuras, quartos de hotéis zoneados e groupies, além de ter uma trilha sonora de chorar e frases memoráveis, diz a lenda que a Stillwater foi baseada em 3 lendas da música: Lynyrd Skynyrd, The Allman Brothers Band e Led Zeppelin. Como esse não é um blog sobre cinema, vamos ao que interessa!


"You're too sweet for rock and roll" 
(Recado da Penny Lane pra você, bundão)

Vou dividir tudo em três diferentes posts, um para cada banda. Assim seremos justos, se bem que tenho certeza que vou puxar muito para uma delas (e vocês entenderão o porquê).

Comecemos então com Lynyrd Skynyrd. Uma banda sulista americana, que vendeu 50 milhões de discos e talvez você não reconheça pelo nome estranho. Mas ah, se eu colocar o principal sucesso deles todo mundo vai ter ao menos a sensação de tê-los escutado. Lá vai.


Lembrou, né, bonitão? Mas além de compor essa música que já foi trilha sonora de muitos filmes (e muitas festas, se sua vida foi legal), eles conseguiram misturar esse estilo bem southern com rock 'n blues e compor verdadeiras obras de arte. E pra simpatizar mais ainda com a banda, vou incluir uma dessas pérolas do rock, que além de ser pra escutar de joelhos, você já tocou no guitar hero se for nerd o suficiente.



Como sou legal, ainda vou postar aqui uma daquelas que, se você morrer sem escutar, quer dizer que nem chegou bem a viver. Shame on you!


Pra terminar bem, ainda vou dar o gostinho do show deles em terras brazucas. Isso mesmo, esses tiozinhos simpáticos que são do hall of fame do rock 'n roll vieram pra Paulínia tocar no SWU. Se você foi ao festival mas viu esse nome estranho e achou que era de comer, taí uma segunda chance pra curtir.


É isso aí, crianças. Semana que vem falaremos de mais uma banda do Almost Famous. Será que até lá você vai ter visto o filme? Eu recomendo.

Um abraço e keep on rocking, kids.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Soul com "S" maiúsculo.

Uma vez, eu estava na Teodoro e vi um menino pesquisando preço de instrumentos.

O vendedor perguntou:

- É para um som pesado?

O garoto respondeu:

- Não. É para tocar blues...

- É som pesado, cara! - respondeu o vendedor.

"Pesado" é um adjetivo que a maioria das pessoas atribui apenas ao rock. Inclusive eu, na época em que comecei a tocar guitarra.

Essa noção de peso eu fui aprender apenas após alguns anos de estudo. A primeira vez que me dei conta que uma música era pesada, mesmo sem fazer parte do universo do rock n' roll, foi quando ouvi Tower of Power.

A banda se juntou em Oakland, em 1968, para tocar e compor soul music.

Logo de cara, o que mais chama a atenção em qualquer música do Tower of Power, é o time impressionante de metais. Solando, em harmonia ou contrapontos, é um som que dá para sentir forte no peito.

A banda inteira é fantástica, mas gosto sempre de destacar as levadas de bateria de Dave Garibaldi. Daquelas que não dá para acompanhar em nossas "air drums".

Um grupo tão poderoso, que até o vocalista fica em "segundo plano". Todos são excelentes cantores, mas perdi a conta de quantas mudanças rolaram ao longo da trajetória do Tower of Power.

Abaixo, "What is hip?". Provavelmente, o primeiro sucesso da banda:


Depois, "So very hard to go". Uma linda melodia, um belo solo:


Para encerrar, um show completo de 1998. O vocalista é Brent Carter, um dos meus favoritos:

quarta-feira, 13 de março de 2013

I'm listening...

Sempre que podia, eu fuçava um armário da minha mãe para ver os LP's que ela tinha.

Muitos dos músicos que vou postar aqui, foram "redescobertas" que encontrei no meio da coleção dela.

Formada em 1970, o Doobie Brothers é um desses felizes achados.

Dois dos hits dos caras são bem conhecidos dos ouvintes da Kiss FM, Antena 1 e Alpha FM: "listen to the music" e "what a fool believes".

São dois ótimos sons, mas não acho que representam as outras músicas bem puxadas para o country rock que os caras fazem.

Para conhecer melhor a banda, aluguei (!) um VHS com um show deles. No meio da fita, há uma participação especial do Michael McDonald cantando "what a fool believes". Nesse momento, é bem impactante a diferença do resto do repertório. Mas sem problemas: a música é muito legal!

Gostei tanto do show, que na apresentação de alunos da escola em que eu estudava, toquei o seguinte som:


Abaixo, um show completo:

domingo, 10 de março de 2013

I wanna know have you ever seen... this band?

Você os conhece. Seja por escutar os hits "Have you ever seen the rain" ou "Proud Mary" no casamento do sobrinho do primo da sua mãe ou porque "Fortunate son" é trilha obrigatória em qualquer filme que tenha guerra do Vietnã como tema. Teve até um jogador de futebol com o nome da banda. Mas eles são muito mais do que essas três músicas, o que me obriga a sentar a bunda aqui num domingo e tentar honrar esta banda espetacular que conheci através bom gosto do meu velho: Creedence Clearwater Revival.


O grupo foi liderado pelos irmãos Fogerty, nasceu na Califórnia na década de 60 e deixou uma obra fantástica. Tinha uma pegada que transitava entre o country, o blues e o rock, numa época em que as guitarras ainda não eram tão pesadas, mas dava pra sentir um ritmo diferenciado. Talvez aqui seja melhor eu dar um exemplo do que tentar explicar:


E eles também tinham uma pegada sensacional no violão, que deveria influenciar qualquer aprendiz do instrumento. São músicas simples de tocar e lindas. Sem exageros, escuta aí:




Se você curtiu o som, vá atrás do álbum "Chronicle" agora e aproveite este domingão lindo para conhecer os melhores hits da banda. Se você não curtiu, será amaldiçoado e irá parar num churrasco com cerveja quente e música ruim.

Para fechar com chave de ouro, vou deixar a favorita do meu pai, porque ele me ensinou a curtir Raul e Johnny Cash, mas o que eu considero a maior herança musical é o CCR. Valeu, meu velho!



Aguardem. O próximo post iniciará uma pequena trilogia, e também terá referências cinematográficas. Semana que vem eu volto!

sexta-feira, 8 de março de 2013

What’s your favorite colour?

Minha primeira oportunidade de assistir uma apresentação do Living Colour foi na Virada Cultural de 2010. Estava muito ansioso para ver esse show. Valeu cada minuto.

Tenho inveja de quem viu os caras no Hollywood Rock de 1992.

A voz poderosa do Corey Glover, a guitarra verborrágica do Vernon Reid, além de todo o groove (?) do baixista Doug Wimbish e baterista William Calhoun.

Usei “groove” porque me falta uma palavra mais adequada para descrever o suingue típico dos negros americanos que os caras conseguiram incorporar a um rock bem pesado.

Se parar por aí, o som do Living Colour já é bastante peculiar. Agora, vamos somar a esse rock inspirado no funk letras com mensagens fortíssimas.

Só para ter uma ideia, ouvir “Joseph Stalin” na mesma estrofe em que falam de “Gandhi” já causa um grande impacto em “Cult of Personality”.

Há tantas outras mensagens, que se fosse fazer uma análise de cada letra, o post teria alguns quilômetros.

Em particular, acho fantástico o refrão de “Pride”:

History's a lie that they teach you in school
A fraudulent view called the golden rule
A peaceful land that was born civilized
Was robbed of its riches, its freedom, its pride

Abaixo, a primeira música que ouvi dos caras e, logo em seguida, o trecho de uma apresentação no Montreaux Jazz Festival.

Uma banda impressionante desde 1984.


Type.


Montreaux Jazz Festival, 2001. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Are you ready?

Pesado, energético e cheio de atitude.

Assim é o som do Grand Funk Railroad, uma banda formada no meio dos anos 60, mas que foi estourar no começo da década de 70.

Quando ouvi pela primeira vez, a bateria logo me saltou aos ouvidos. Penso que a dinâmica representa o sentimento da música e, em geral, as bandas costumam alternar entre as grandes porradas e leveza.

Acho que o Grand Funk e Don Brewer, o baterista, fazem um pouco diferente. Ao invés de baixar a dinâmica, eles a aumentam ainda mais. Então, pode-se dizer que eles variam entre o “forte” e o “muito forte”.

Com essa característica marcante, distorções saturadas e timbres de voz fantásticos de seus vocalistas, o Grand Funk Railroad confirma ainda mais a minha percepção da paumolecência da maioria das bandas atuais, no cenário patético que insistem em chamar de rock.

Abaixo, a primeira música que eu ouvi deles. Logo após, um show completo.

Vida longa ao Grand Funk Railroad!

Are you ready?


Show completo.