segunda-feira, 29 de abril de 2013

Can't get enough


Dizem que a banda no céu está ficando cada vez melhor.

Muitos ídolos estão indo embora. Talvez só tenham voltado para o planeta deles. Tudo depende da crença.

Alguns deixam muita saudade.

Duas mortes que, em particular, me marcaram demais ao serem anunciadas na televisão foram as de Tim Maia e Barry White.

O Tim dispensa apresentações, e hoje, quis relembrar a poderosa voz grave do maestro Barry White.

Conversava esses dias sobre o fato de que a maioria das músicas que tocam a gente no peito são tristes. Para compensar, fiquei pensando nas músicas que têm alto astral e que mesmo assim criam uma reação parecida.

No comando da Love Unlimited Orchestra, Barry compôs harmonias e arranjos arrepiantes.

São temas românticos, cheios de groove e letras que não precisam ser "dor-de-cotovelo". Músicas que abrem sorrisos.

Separei alguns sons do Mr. Barrence Eugene Carter e um show completo.

Can't get enough of your love.


A versão de "The first, the last, my everything" com a participação Pavarotti ficou bem legal.


Mais um capítulo de: Quando a música pop era legal. Around the world com Lisa Stansfield.


Por fim, um show completo.


Let the music play!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

De mascar o tabaco

Na Virada Cultural do ano passado, vi meu primeiro show do Black Oak Arkansas.

Na ocasião, tinha lido apenas que eles eram uma banda de Southern Rock da década de 70, mas não tinha ouvido nenhum de seus sons.

Foi uma excelente surpresa.

Apesar de ficar meio longe do palco, curti bastante as músicas e, mais tarde, pesquisei a fundo sobre o grupo.

Assisti a algumas apresentações no YouTube da época em que os caras eram novos. Bem pesadas e energéticas.

Os guitarristas, baixista e baterista são ótimos, mas o que chama bastante a atenção é o vocalista: James "Jim Dandy" Mangrum.

Figuraça. Um puta frontman e uma grande influência de David Lee Roth. Se reparar, tanto o timbre de voz quanto o estilo no palco dos dois são bem parecidos.

A história dos caras é bem maluca. Para se ter uma ideia, nos anos 60, quando ainda se chamavam The Knowbody Else, os caras foram presos pelo roubo de um PA.

Nas músicas, uma excelente mistura de Blues, Hard Rock e Country. Tudo isso resulta num clima que dá vontade de beber Jack Daniels, mascar tabaco e cuspir em uma tigela de metal.

Uma grande redescoberta!


Não encontrei shows completos dos caras, mas aí vai mais um vídeo.


E agora, uma playlist.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Layla

Quando fiz um post sobre o Yardbirds, muita gente ficou meio cabreira de eu ter chamado o Eric Clapton de fura zóio. Aí eu percebi que muita gente se comove com "Tears in Heaven" e nunca pensa que o blueseiro com cara de bonzinho já aprontou muito na vida dele. Aí tem uma história boa!


Cuidado, George Harrison!


E aí você deve estar pensando: o que o Beatle George Harrison tem a ver com isso? Ah, moleque! Tem tudo a ver.

Acontece que os Beatles naquela época cantavam "I wanna hold your hand" mas pegavam bem mais que a mão das meninas. E aí o Harrison pegou uma modelo capa da Vogue, etc., etc., caiu de amores, escreveu "Something" pra sua musa, mas, no meio disso tudo, tinha um Clapton. E o cara também se apaixonou por ela, mas foi rejeitado. Afinal, dizem que até Lennon e Jagger tentaram pegar e menina sem sucesso. E sério, Jagger falhar na missão é difícil.

Enfim, daí nosso amigo do blues resolveu ficar depressivo, se afundar nas dorgas pesadas, tipo heroína, e quase ficou louco. Mas, entre uma picada e outra, ele teve inspiração pra escrever "Layla". Bom, se você prestar atenção na letra, vai matar a charada. A música era pra tal Pattie Boyd. E o final da história é quase feliz: ela largou o Beatle e foi se casar com Clapton (porque o Harrison a traía e nem ligava mais pra ela, ok). E ela também se divorciou do Clapton depois, porque essa galera deve ser muito putanheira.

Bom, fiquem com a música:


Tem um adendo. Como falei de "Tears in Heaven", já vou explicar que o Eric Clapton compôs pro filho dele que morreu quando caiu do 53º andar de um prédio.

Outra obra prima da tristeza dele:


Bom, é isso amiguinhos. Quando ficarem depressivos, façam mais música e menos cagada, ok? Aprendam com o titio Clapton. Fui!

O outro who?

O Guess Who é uma banda que sempre me confundia na época de adolescente.

— Essa música é do Guess Who!

— Hein? Do Who?

— Não! Guess Who!

— Who?

— O que?

Enfim. Anos mais tarde, fui descobrir que a banda surgiu no Canadá alguns anos antes do lendário The Who.

A primeira que ouvi dos caras foi "American Woman", e na ânsia pela redescoberta das bandas clássicas, procurei outras músicas deles.

Ao curtir o som do Guess Who, dá para perceber a boa mistura entre rock, blues e folk que eles prepararam.

Uma receita de fácil digestão, daquelas que dá para deixar de fundo musical ou trilha sonora de qualquer reunião na sua casa.

É uma banda que sua visita palpiteira não vai reclamar, como reclamaria dos "barulhentos" do AC/DC, Deep Purple ou Led Zeppelin que você gostaria de ter deixado rolando.

Rock clássico de fácil digestão. Guess Who?

American Woman:


Um show de 1983:


— Guess Who made this song.

— Who?

— Guess Who.

— Who?

— Guess Who.

— WHO?!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Respect


Otis Redding é outro artista fantástico que descobri nos discos da minha mãe.

Começou sua carreira nos anos 60 com músicas lindas, cheias de suingue e feeling. A voz do cara é encorpada e poderosa, assim como os grandes da Soul Music.

Suas gravações são demais, mas o que realmente me surpreendeu no Otis Redding foi a quantidade de composições que eu só conhecia em versões de outros artistas.

Antes de mostrá-las, vamos primeiro ouvir seu maior sucesso: (Sitting on) the dock of the bay:


Será que a versão abaixo vai surpreender você tanto quanto eu fiquei surpreso ao descobrir que ele era o autor?


E essa?


Por fim, um registro de suas apresentações:

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Let the good times roll


Desde criança, sempre fui fã de Tom & Jerry, e tem um episódio em que o Tom vai fazer uma serenata para uma gatinha usando um contra-baixo acústico. Alguém se lembra?


Queria saber quem era o autor dessa música, ou pelo menos, o principal intérprete.

Depois de ouvir a letra e fazer aquela pesquisa básica, achei o nome: Louis Jordan.

Um dos grandes pioneiros do Jazz e Blues, o cara surgiu entre a década de 30 e 50 com um som bem alto astral e foi influência para diversos artistas, incluindo o mítico B.B. King.

Aliás, o B.B. King gravou um álbum tributo ao Louis Jordan. Um disco sensacional.

No YouTube, dá para achar uns sons e apresentações. Vale a pena conhecer.

Abaixo, uma versão de "Is you is, or is you ain't my baby":


"Let the good times roll", um som ideal para relaxar e curtir uma cerveja. Na versão do B.B. King.


Para encerrar, mais uma de Jordan.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Éramos cinco


Antes das esquisitices, histórias bizarras, novos oportunistas, super produções e do reinado, havia uma banda.

Cinco integrantes talentosos. Segundo a mídia, não tanto quanto o vocalista principal.

Ao que me consta, a dinâmica familiar e a intimidade deles não era tão importante para a imprensa. Isso ajuda.

Assim era o Jackson Five. Um grande sucesso da Motown no fim dos anos 60 e começo dos 70.

A carreira solo do Michael Jackson é sensacional, mas aqui no Revival, quis "redescobrir" a banda que o lançou. Eles também faziam um puta som.

Abaixo, Dancing Machine. No gás!


Um show completo dos caras.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Blind blues


Quando era menor, gostava de ver o "Momento Jazz" que passava no Multishow. Foi lá que vi um show do B.B. King em um bar.

Gostava daquela atmosfera e clima. Ver pessoas sentadas na mesa de um bar pensando na vida, curtindo um som e tomando umas cervejas. E eu nem bebia na época. Era uma cena de filme que eu me imaginava.

Desde aquele dia, passei a curtir, pesquisar, estudar e conhecer os artistas de blues. Suas histórias, biografias, músicas. Quis roubar suas frases de guitarra e aprender suas técnicas. Invejava profundamente a musicalidade de cada um deles.

Um dia, em 2002, fui convidado para ir no show do Robert Cray, que eu conhecia do tributo ao Stevie Ray Vaughan, dividindo a noite com um tal de Jeff Healey.

Que surpresa.

Um cara cego, sentado em uma cadeira, tocando a guitarra deitada em seu colo. Fiquei impressionado. Com a guitarra nessa posição, como se fosse um piano, ele ganhava mais um dedo da mão esquerda (mão da escala) para tocar.

Com um repertório que viajava entre o blues e o rock n' roll, Jeff Healey fez um show que, na minha opinião, ofuscou o de Robert Cray, outro cara foda.

Eu não conseguia acreditar no som daquele cara, que cantava e tocava para caralho. Em alguns momentos da apresentação, ele se levantava e curtia o momento com a banda. Eu ficava aflito nesses momentos, mas percebia que ele contava os passos até a cadeira em que estava.

Jeff Healey foi o primeiro grande bluesman que vi ao vivo. Isso tornou a morte dele, em 2008, ainda mais triste.

Abaixo, sua versão de Roadhouse Blues.


Um encontro com Stevie Ray Vaughan.


Por fim, um show completo.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Heart Full of Soul

Poucas bandas podem dizer que tiveram guitarristas lendários. Mas nenhuma pode dizer que teve três, além dos Yardbirds. Se você nunca ouviu falar deles, provavelmente já ouviu falar de Jimmy Page, Eric Clapton e Jeff Beck. Se nunca ouviu falar deles, calma. O Revival tá aqui pra isso, amiguinho.


Uma das formações da banda.
Pra mim, esses sessentistas tinham tudo a mesma cara.

Bom, o resumo da história é o seguinte: a banda começou com uma pegada bem blues, daí a música "For Your Love" que era meio comercial fez sucesso e o Eric Clapton ficou putinho por isso, o que resultou na sua saída da banda. Aí veio o tal Jeff Beck e deixou tudo psicodélico pra caralho, mas ele chamou o Jimmy Page pra tocar junto, e um tempo depois acabou saindo também. Depois disso o Page quis montar os "New Yardbirds" que viraria uma banda totalmente diferente chamada "Led Zeppelin". Mas isso aí é outra história. Se liga no que emputeceu o Clapton Fura-Zóio:


E a fase psicodélica, com o número de arco de violino que consagrou Page mais tarde no Zep:


De chorinho, vou deixar a música que deu  nome ao post:


Espero que curtam, pois essa banda é do caralho, apesar de ter feito pouco sucesso comercial. Divirtam-se e keep on rocking, kids. Até a próxima!

O albino maluco do Texas


Eu sou suspeito para falar do Johnny Winter.

Assistir o cara em Nova York, no bar do B.B. King, foi inesquecível.

Tudo é impressionante. As músicas, sua voz, as guitarras, a banda, a energia, o astral. Mais incrível ainda, é ver que, mesmo aos 69 anos e tocando sentado, o cara ainda consegue manter todo o pique de seus shows.

Nas gravações e apresentações do Johnny Winter, é fácil perceber o quanto ele flerta tanto com o Blues, como com o Rock n' Roll.

Mais que nos outros posts aqui, fica muito difícil escolher qual música publicar. Vou seguir o critério e compartilhar o primeiro som que ouvi dele.

Bony Moronie, do disco Captured Live. É a primeira faixa desse registro ao vivo que já vem chutando com dois pés no peito. A levada do som já mostra a energia da banda. O baterista parece o Animal dos Muppets. E o "duelo" de guitarras de Johnny e Floyd Radford é indescritível.


Abaixo, dois shows. No primeiro, Johnny Winter em 1979:


Este outro mais recente, de 2007.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Still crying...


Quando ouço Marvin Gaye, três pensamentos passam pela minha cabeça. Respectivamente:

1 - Caralho! Que voz foda!
2 - Como ele faz esse drive suave?
3 - O pai dele é um filho da puta mesmo!

Em 1º de abril de 1984, o pastor Marvin Pentz Gay Sr, assassinou seu próprio filho com um tiro, após uma briga.

Ao meu ver, a morte de Marvin Gaye é a mais dramática da música popular.

Esquecendo a indignação, vamos ao que interessa. O fantástico legado que foi deixado.

Marvin Gaye era sensacional. Multi-instrumentista e compositor.

Daqueles caras que me fazem querer vender minhas guitarras, parar de estudar música e me recolher na minha insignificância.

Músicas carregadas de amor e sensualidade.

Composições que são sempre atuais, cheias de atitude, mensagens fortes e mostram que, em essência, o mundo não mudou quase nada.

Muitas mães continuam chorando, irmãos morrendo e poucos perceberam que a guerra não é a resposta.

What's going on?


Um show completo: