Terça passada, fui ao festival Best of Blues. Comprei os ingressos com certa antecedência. Era uma rara oportunidade que eu teria de assistir uma talentosa cantora que tinha conhecido: Shemekia Copeland.
O festival teve uma alteração. O ingresso que comprei era para o dia anterior, segunda-feira, mas que por algum motivo, fora transferido para a terça. Fiquei puto, a princípio. Depois, vi que sairia na vantagem: além das atrações que eu tinha escolhido para prestigiar, fui beneficiado com o show do mítico Buddy Guy.
O primeiro show foi arrepiante, com direito a lágrimas da minha noiva. She felt the blues!
Shemekia Copeland, com apenas 34 anos, mostrou que o blues está no sangue. Filha de Johnny Copeland, é uma cantora fantástica. Vale a pena conhecer.
Depois, houve o show do Dr. John e, mais tarde, o artista que vou homenagear neste post: Taj Mahal.
A noite foi encerrada pelo Buddy Guy, que dispensa apresentações. Foi um show sensacional. Faltam adjetivos para descrever, mas hoje quero falar do Taj Mahal porque sua atuação foi absolutamente surpreendente.
A sonoridade do cara mistura ritmos caribenhos e africanos. Não sei explicar como. A coisa simplesmente soava assim e era possível identificar claramente os dois estilos. Pensei se eram os efeitos do violão, se eram só as melodias e harmonias. Sei lá.
Por tocar uma música tão fiel às origens africanas, o blues do Taj Mahal Trio batia forte no peito e mexia com as minhas vísceras. Foi quase um mantra. Um êxtase religioso. Fiquei boquiaberto todo o tempo. Como um senhor de 71 anos de idade consegue ter uma voz daquelas?
Um talentoso estudioso do Blues, Taj Mahal falou pouco em português, mencionou Jorge Bem Jor, cantou um trechinho de "Taj Mahal" e arrancou risos da plateia. Considerando o que eu tinha ouvido até então, até achei que ele tocaria algo relacionado ao samba. Não rolou, mas o cara sabia do que estava falando.
Taj Mahal foi uma marcante redescoberta para mim.
Um show completo.
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