segunda-feira, 8 de abril de 2013

Blind blues


Quando era menor, gostava de ver o "Momento Jazz" que passava no Multishow. Foi lá que vi um show do B.B. King em um bar.

Gostava daquela atmosfera e clima. Ver pessoas sentadas na mesa de um bar pensando na vida, curtindo um som e tomando umas cervejas. E eu nem bebia na época. Era uma cena de filme que eu me imaginava.

Desde aquele dia, passei a curtir, pesquisar, estudar e conhecer os artistas de blues. Suas histórias, biografias, músicas. Quis roubar suas frases de guitarra e aprender suas técnicas. Invejava profundamente a musicalidade de cada um deles.

Um dia, em 2002, fui convidado para ir no show do Robert Cray, que eu conhecia do tributo ao Stevie Ray Vaughan, dividindo a noite com um tal de Jeff Healey.

Que surpresa.

Um cara cego, sentado em uma cadeira, tocando a guitarra deitada em seu colo. Fiquei impressionado. Com a guitarra nessa posição, como se fosse um piano, ele ganhava mais um dedo da mão esquerda (mão da escala) para tocar.

Com um repertório que viajava entre o blues e o rock n' roll, Jeff Healey fez um show que, na minha opinião, ofuscou o de Robert Cray, outro cara foda.

Eu não conseguia acreditar no som daquele cara, que cantava e tocava para caralho. Em alguns momentos da apresentação, ele se levantava e curtia o momento com a banda. Eu ficava aflito nesses momentos, mas percebia que ele contava os passos até a cadeira em que estava.

Jeff Healey foi o primeiro grande bluesman que vi ao vivo. Isso tornou a morte dele, em 2008, ainda mais triste.

Abaixo, sua versão de Roadhouse Blues.


Um encontro com Stevie Ray Vaughan.


Por fim, um show completo.

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